domingo, 7 de setembro de 2008

Mega-operações com mini-resultados

A recente sucessão de assaltos e crimes violentos teve da parte do governo a reacção mais ou menos previsível. A nível legislativo alterou a legislação, vigente desde há poucos meses, no sentido de vir a permitir uma maior aplicação da prisão preventiva e, no terreno, pôs as forças policiais a fazer aquilo que devia constituir apenas uma rotina e nunca a espécie de espectáculo mediático a que assistimos actualmente.

Se quanto ao aspecto legal os resultados apenas surgirão lá muito mais para a frente - daqui à aprovação, publicação e entrada em vigor da alteração legislativa agora efectuada muito tempo irá decorrer - já quanto às chamadas mega-operações das forças da ordem, para lá do mediatismo e do efeito tranquilizador que causam na opinião pública, os resultados são manifestamente desanimadores. O que, diga-se, não surpreende ninguém.

Talvez seja por isso que cá pelo burgo as autoridades policiais, muitíssimo bem, não recorram a esse tipo de operações nos dois bairros mais problemáticos e onde se supõem residam alguns dos meliantes mais conhecidos localmente. É que montar um aparato das dimensões que a comunicação social nos tem mostrado para confiscar três ou quatro fisgas e meia dúzia de cortas unhas não parece ser razão que justifique os transtornos causados às pessoas honestas e respeitadoras da lei, que são a maioria dos habitantes.

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