sábado, 27 de dezembro de 2008

Happy hour (ário)

Os trabalhadores da Câmara de Mafra vão, a partir de Janeiro, deixar de trabalhar à sexta-feira, embora o horário de trinta e cinco horas semanais continue a ser cumprido. Segundo a autarquia mafrense “esta modalidade de horário flexível contribui para promover o apoio social aos trabalhadores, permitindo a conciliação da vida profissional e familiar, disponibilizando tempo para a resolução de questões pessoais e a redução de custos em transportes e alimentação fora de casa”.

Contra tão arrojada medida rapidamente se levantou um coro de protesto. Argumentos, por norma mesquinhos e carregados de sentimentos de inveja, não têm faltado aos opositores desta decisão. Principalmente porque ainda recentemente esteve em discussão no parlamento europeu a possibilidade de alargar o horário de trabalho até às sessenta e cinco horas semanais e porque há já quem pretenda que mais alguns serviços dos municípios venham, num futuro próximo, a estar abertos aos sábados.

Medidas deste tipo apenas suscitam polémica porque envolvem trabalhadores da área técnica e administrativa. Em muitos municípios, talvez na maioria, os grupos de pessoal operário e auxiliar praticam há muitos anos a jornada de trabalho continua - seis horas por dia, cinco dias por semana – e isso não parece incomodar os espíritos que se mostram agora tão escandalizados. Mesmo que a dita jornada comece às oito e trinta, termine à uma e meia da tarde e inclua transporte à borla de e para casa.

Com as autárquicas no horizonte é provável que venham a surgir propostas que visem alterar o horário de funcionamento dos diversos serviços municipais em muitas autarquias do país. Quer no sentido do concentrar em menos ou de o alargar em mais dias de trabalho. Aos defensores da última opção recordo o exemplo de algumas Câmaras que, durante um ou dois anos, resolveram estar abertas no período de almoço e que, nesse horário, atendiam um munícipe de três em três meses...

2 comentários:

  1. Os professores sempre tiveram o tal diazinho livre e nunca ninguém se mostrou chateado com isso.

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  2. Esse horário das 8 e meia até à uma e meia e ainda com transporte é que me dava jeito.

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