sexta-feira, 6 de março de 2009

E que tal congelar certos comentadores?

Os comentadores oficiais do regime, o que não quer dizer afectos ao actual governo, estão a começar a preparar a opinião pública para a necessidade, segundo eles, de proceder ao congelamento – alguns falam mesmo em redução - de salários no próximo ano. Que, como se sabe, é um ano bom para tomar medidas deste tipo. O novo governo terá acabado de tomar posse e estará então na plenitude da sua força para aplicar as chamadas medidas anti-populares. É o período que habitualmente se chama estado de graça e que, quase sempre, constitui uma desgraça para os portugueses.
Congelar salários não é uma medida nova. Nem inovadora. A pretexto de controlar o défice orçamental, o governo em que Manuela Ferreira Leite foi Ministra das Finanças fê-lo, em dois anos consecutivos, relativamente aos vencimentos da função pública acima de mil euros. Quanto aos resultados que daí advieram são por demais conhecidos, falam por si e os seus efeitos no equilíbrio das contas públicas são o que todos sabemos.
A lição parece não ter sido aprendida e como desta vez a coisa é ainda mais séria, quase de certeza, a medida será aplicada independentemente de quem vença as próximas legislativas e o leque de vítimas será muito mais alargado. O que não deixa de ser estranho quando se sabe que um dos factores que mais contribui para o actual estado de crise em que vivemos é a redução do consumo privado. Não ponho em causa, como é óbvio, os conhecimentos académicos de alguns defensores desta medida, nomeadamente o Professor Silva Lopes, mas acho bom que esta gente se decida. Porque, e falo por mim, se para o ano ganhar o mesmo ou ainda menos do que ganho este ano, provavelmente não vou consumir mais. É cá um pressentimento.

1 comentário:

  1. os bancos andaram nos últimos anos a criar financiamentos com dinheiro virtual que não possuíam. agora descobriu-se que o conseguiam através de off-shores em operações de bolsa virtuais. a recessão económica global apareceu "virtualmente" do nada...os bancos recolhem a moeda das pessoas que deixam de consumir e que retraem os gastos diários. desta forma conseguem ficar com alguma dinheiro disponível nos seus cofres. aguentam mais um tempo. por outro lado pedem ajuda aos Estados o que reforça a sua sobrevivência por mais uns meses. o desemprego aumenta. empresas vão à falência. a máquina de produção abranda. começa o ciclo auto-destrutivo não consumo-não produção-não consumo. os transportes encarecem e logo de seguida os preços dos produtos, os alimentares também. os salários são congelados, alguns bancos vão á falência, algumas pessoas perdem tudo na vida. o estado inflexível limita-se a garantir as classes mais abastadas porque os pobres, esses já não sairão da sua situação nos próximos 10 anos. algumas empresas escravizadoras de trabalhadores desenvolvem-se como um virus que se aproveita do seu hospedeiro. por todo o mundo a classe média passa a ser uma classe escrava que se sujeita a qualquer coisa para ganhar um misero ordenado. os pobres, esses, transformam-se definitivamente em 2outsiders" desta "nova sociedade" imposta pela NOVA ORDEM MUNDIAL...lutar?...esta primeira batalha já está perdida. poderá não haver outra oportunidade...

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