segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Coisas de milhões

A julgar pelas notícias que a comunicação social tem trazido a público nos últimos dias, 2009 não terá sido um ano assim tão mau para os milionários portugueses. Ao que tem sido divulgado os magnatas lusos terão conseguido juntar à sua fortuna mais uns largos milhões de euros. Fico satisfeito por isso. Pena que não haja muito mais pessoas a consegui-lo e, pena maior ainda, que entre elas não esteja eu. Embora, verdade se diga, não tenha feito investimentos que me permitissem sequer sonhar em ganhar mais que meia-dúzia de euros. Excluindo, naturalmente, a aposta semanal no euro milhões.
Face a estes ganhos parece cada vez mais ridícula a oposição que estes senhores fazem ao novo valor do salário mínimo previsto para o próximo ano. Mesmo não se tratando de dividir o que ganham pelos pobres – até porque a função das empresas que gerem não á a pratica da caridade – não se afigura como razoável discutir tostões quando se ganham muitos milhões. A manterem esta postura arriscam-se a ser comparados ao governador do Banco de Portugal. E comparação dessas é coisa de que ninguém orgulha.
Muitos milhões, mas neste caso dos nossos impostos, vai o governo injectar nos chamados hospitais epe. O objectivo é ajudar a pagar as dívidas das unidades hospitalares que foram transformadas em entidades de gestão empresarial com a finalidade, recorde-se, de criar “um modelo organizativo, económico-financeiro e cultural centrado no utente e assente na eficiência de gestão”. Pois.
A julgar pelos milhões em causa este fantástico modelo não terá trazido assim tanta eficiência, demonstra pouca capacidade organizativa, económica e financeiramente é um desastre e a cultura de responsabilização da gestão pelos resultados obtidos estará longe de ser implementada. A grande vantagem será a existência de mais quinze conselhos de administração…

1 comentário:

  1. Fala-se de milhões como quem fala em... "ir ali ao café!"
    Conheço o étimo "milhões" e uso-o tal como o KK, quando vou tentar a minha bafejada sorte e jogar no meu €uro-milhões-semanal.
    Os nossos milhionários (agora escreve-se assim porque a palavra vem de "Milhões")não vivem melhor do que a gente, têm é mais poder de compra, mas comem e bebem tal como nós...
    E se ficarem doentes, é igual a nós...
    Teem muito mais dinheiro e teem mitas mais preocupações...
    A gente vive afinal ao mesmo ritmo, só com 1 pequena diferença, o recheio da "carteira"...
    Eu tal como "1 brasileiro" afirmou, ainda não senti a crise, porque continuo a ganhar igual e a gastar igual!
    MFCC

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