terça-feira, 9 de março de 2010

PECzinho

Contrariamente ao que cheguei a pensar, problema meu porque ninguém me manda ser crédulo, o PEC não deu em nada. As medidas – medidinhas é capaz de ser mais apropriado – apresentadas, além de não se traduzirem, quanto à despesa, em poupança imediata, também não representam, em termos de receita, entrada rápida de dinheiro nos cofres do Estado. Mesmo aquelas que se afiguram mais racionais e capazes de gerar algum consenso na sociedade, como a introdução de portagens em várias scuts ou a criação de uma taxa de quarenta e cinco por cento, em sede de irs, para os titulares de rendimentos cima de cento e cinquenta mil euros, só começarão a produzir efeitos lá para o próximo ano. E o mesmo acontece com a anunciada redução de benefícios fiscais e com as privatizações que pouco, ou mesmo nenhum, impacto terão sobre as contas de dois mil e dez.
Afinal serão apenas os funcionários públicos a pagar a crise e os únicos que terão de apertar o cinto nos próximos três anos. Não constituindo isso uma surpresa assinalável confesso que cheguei a pensar que o engenheiro, ou além por ele, fosse capaz de tomar uma ou outra medida inteligente e que fizesse entrar quase de imediato alguns euros nos cofres da nação. Seguir o exemplo da Grécia e, por exemplo, criar uma taxa de iva de trinta ou trinta e cinco por cento para os bens de luxo ou aumentar em dez cêntimos o preço da gasolina. É que, pelo menos neste último caso, ninguém foge e todos contribuiríamos para o equilíbrio das contas públicas. Mas isso era se tivéssemos um primeiro-ministro inteligente em lugar de apenas esperto. E cobardolas, porque só sabe “bater” nos fracos.

2 comentários:

  1. Só os funcionários públicos? tu não me faças rir porque eu não sendo, há muito que ando a apertar o cinto e nem imaginas o que me irrita ouvir dizer "que perdem o poder de compra". Todos perdemos!

    Mas ironicamente é precisamente na função pública que existem as maiores reformas por,vezes mais que duas ou três e vencimentos ( ex: o administrador da TAP, do Banco de Portugal etc, etc.) hierarquias da fantuchada (tantos generais para quê?) deputados (tantos para quê?) e aqui onde eu moro "90% dos bens de luxo" bem visiveis e outros entaipados são precisamente de funcionários públicos. Carros públicos top-gama QUE NÃO PAGAM SEGUROS NEM IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO quando todos nós precisamos de mais transportes públicos e é o que se sabe! Estádios de Futebol para o Euro 2004 que ainda estamos todos a pagar. Pois é...Portugal tem uma péssimas gestão e não vislumbro nenhum partido que consiga cortar na despesa por ninguém quer abdicar do seu status!

    Fracos? só se há duas classes porque nunca vi nenhum funcionário público manifestar-se "bater" contra "os gastos excessivos e à descarada" que são feitos diariamente

    Enfim...e oxalá que mais tarde não tenhamos outra surpresa ainda mais dolorosa - esconderam e tapearam as dívidas públicas, precisamente o que ocorreu na Grécia e...

    amanhã será outro dia e agora vou dormir:)

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  2. É mesmo 1 pec_zinho (nem escrevo a maiúsculas) é 1 favor aos amigalhaços que ganham umas modéstias quantias de 5000€ mês (cinco mil euros), vamos tirar 1 migalha, para enganar o Zé-povinho!
    Não vão pensar eles (Zé_povinho) que são os únicos a pagar esta fase menos boa (tradução - CRISE)
    Assinado:
    Zézinho Sacaninha (José Socrátes)

    MFCC

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