quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O estado (social) a que isto chegou

O Estado social terá, a acreditar nas profecias de conhecidos arautos da desgraça, os dias contados. Deve ser por isso que, numa tentativa de lhe prolongar a vida, o Partido Socialista decidiu que centenas de milhar de agregados familiares ficam a partir deste mês privados do abono de família. O país não produz riqueza suficiente para se dar a estes luxos e, de resto, se o pessoal tem dinheiro para estragar os pirralhos com mimos não tem que se queixar de não receber umas miseras dezenas de euros. Que até podem ser aplicados em coisas mais úteis, como festas e almoços de gente importante ou, se acreditarmos nos papagaios de serviço, para apoiar quem realmente precisa. Como acontecerá, por exemplo, a comerciantes de antiguidades, donos de lojas de pronto a vestir, agricultores e outras profissões igualmente nobres. Entre muitos outros. Todos, reconhecidamente, uns desgraçadinhos. 
O mesmo se passa com os subsídios escolares. Apesar de toda a transparência com que certamente decorre o processo de candidatura, selecção e atribuição dos apoios da acção social escolar, a lista de nomes dos beneficiários não deixa de surpreender. Embora a mim o que mais me surpreende é constatar que alguns que a integram não se envergonham de ver a sua chico-espertice exposta publicamente. Pobres eles são de certeza. Pelos menos de espírito.

1 comentário: