quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Poltrões!

Ao contrário do anunciado e do que alguns – coitados – acreditaram, os sacrifícios exigidos, alegadamente para combater uma certa crise que se diz existir por aí, não são para todos. Só os tolinhos podiam pensar o contrário. Com o descaramento próprio das pessoas sem vergonha, PS e PSD viabilizaram a intenção do governo de não aplicar cortes salariais às empresas públicas. Pelo menos àquelas que o governo entender ou  onde a camarilha que por lá ciranda tenha a força de persuasão necessária, junto de um qualquer ministro, para se escapar à austeridade anunciada. 
O argumento dos bandalhos que assim decidiram é notável. Evitar que, por força da redução salarial, se verifique uma fuga de quadros para a concorrência privada é, de facto, uma argumentação digna das cabeçorras instaladas no poder. Como se alguém dos privados andasse permanentemente à pesca de funcionários, altos quadros ou administradores das empresas públicas. E, mesmo que se verifiquem transferências para as empresas privadas da concorrência não parece que daí venha grande mal ao mundo. Nem, mais importante ainda, ao mercado. Basta lembrar que Armando Vara saiu da Caixa Geral de Depósitos para o Banco Comercial Português e o banco do Estado continuou a existir. É verdade que as acções do BCP continuam a desvalorizar e, por este andar, qualquer dia até um sem abrigo pode comprar a sua totalidade. Se calhar é por isso que o governo optou por esta solução. Pagar-lhes bem para os gajos não saírem e, assim, não arruinarem o que ainda resta das empresas privadas em Portugal.

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