quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não é liquido que a banca tenha falta de liquidez

Todos os dias somos bombardeados com noticias que nos dão conta da escassa liquidez da banca e do perigo para a estabilidade do sistema financeiro que isso representa. Lamenta-se, em simultâneo, a dificuldade que os bancos portugueses terão em se financiar no exterior e quanto isso é terrível. Porque, dizem, não podem assim responder aos pedidos de crédito de empresas e particulares. O que, ao que se ouve e lê, inviabiliza o funcionamento da economia e provocará, profetizam, um verdadeiro desastre. Ou o fim do mundo tal como o conhecemos. 
Tudo isso, acredito, será verdade. Mas, confesso, tenho uma leve desconfiança que a coisa é capaz de não ser bem assim. Não que ponha em causa a análise económico-financeira de quem diariamente nos transmite essa ideia – eu era lá capaz disso! - mas porque as evidencias parecem demonstrar o contrário. Ainda há dias um dos maiores bancos a operar em Portugal enviou pelo correio, aos seus clientes mais jovens, um contrato de crédito pré aprovado através do qual se propunha conceder-lhes em empréstimo de quinze mil euros. Bastava para tal devolver, até podia ser pela mesma via, os documentos devidamente assinados. 
Ora se isto é assim quando se verifica escassez, nem quero imaginar como será quando houver fartura. Provavelmente irão apontar-nos uma pistola à cabeça para nos forçar a contrair um crédito.

2 comentários:

  1. textos sempre bons. continue a escrever.

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  2. Há bem pouco tempo esses créditos "pre-aprovados" deram barraca e muita gente entalada, para além dos Bancos.

    Agora a mesma graça que não comprova em nada a liquidez, escassez ou fartura do Banco, isso são outras histórias mais complicadas neste mundo global,mas a aprovação total ou final desses créditos, "Bastava para tal devolver, até podia ser pela mesma via, os documentos devidamente assinados." mas muito mais coisas terão de apresentar em termos de documentação, etc, etc. e através desses...conseguem saber de muita coisa existentes noutros anteriomente aprovados aos próprios ou até quem se apresente como fiador e que estão por pagar e blá, blá.

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