domingo, 17 de julho de 2011

Um pelo preço de dois

Numa loja de electrodomésticos de uma conhecida cadeia de hiper-mercados, enquanto aguardava a minha vez de pagar, decorria na caixa ao lado um dos mais interessantes negócios a que já tive a oportunidade de assistir. Um casal tinha acabado de adquirir uma arca congeladora e, como medida de protecção adicional à garantia, o vendedor propunha-lhe a subscrição de um seguro que, durante cinco anos, cobriria toda a espécie de azares que pudessem acontecer ao aparelho. Pela módica quantia de três euros e sessenta por mês. Uma insignificância quando comparada com a tranquilidade proporcionada, acrescentava. Qualquer coisa como duzentos e dezasseis euros no final dos sessenta meses, se nos dermos ao trabalho de fazer a conta.
Ao contrário do que seria de esperar, o casal – aparentemente de condição humilde, mas com idade para ter juízo - não demorou muito tempo a concluir pela aceitação da proposta do vendedor e, assim de repente, levar um electrodoméstico para casa e assumir o compromisso de pagar outro. Perante um cenário como o descrito anteriormente não é difícil concluir que os portugueses se deixam convencer com facilidade, manifestam uma confrangedora iliteracia financeira e uma preocupante inabilidade para fazer contas. Assim não vamos lá. Contudo ajuda a explicar porque chegámos até aqui.

3 comentários:

  1. Kruzes, selo para ti no meu blo

    http://arrifanasea.blogspot.com/2011/07/marcianices-award-2011.html

    ResponderEliminar
  2. Agora percebo bem a complacência com a Troika!

    ResponderEliminar
  3. tão real, mas tão real que por vezes dá vontade de enfiar um bofetão e logo com seguros. Pago o do carro e porque sou obrigada.

    Digo o mesmo que Mfc...

    ResponderEliminar