A nada ser feito – e nem desconfio o que se possa fazer – acredito,
tanto quanto lamento, num futuro não muito longínquo este será um cenário que
se generalizará nas cidades, vilas e aldeias do interior do país. A
desertificação é uma realidade há dezenas de anos mas, no estado a que chegámos,
tende a agudizar-se e a ganhar contornos que a todos devia preocupar. Devia,
mas, infelizmente, não é isso que parece estar a acontecer. Não se preocupam os
que cá – no interior – estão, nem, ainda menos, os que não estão.
Talvez, digo eu que gosto muito de dizer coisas, emparedar os prédios
devolutos e em ruínas não seja a melhor solução. Isto porque há crânios
iluminados que defendem a tributação agravada dos imóveis que se encontrem
nesta situação. Perante tão inteligente ideia acredito que será preferível doar
as casas às Câmaras das respectivas terras. Depois, quando estas não receberam
nada de IMI e já não tiverem dinheiro nem para se endividarem, queixem-se dos
ataques ao poder local. Democrático, dizem eles. Pode é já não haver eleitores
para os ouvir.