sábado, 12 de janeiro de 2013

Onde pára a indignaçãozinha?!


A notícia da prematura – aos quarenta e oito anos, para este efeito, é quase uma jove - aposentação da presidente da Câmara de Palmela não está a suscitar nas redes sociais e na opinião publicada a costumeira indignação sempre que vêm a publico denúncias de situações semelhantes. Nem, tão pouco, a inspirar os seus frequentadores para as ofensas habituais ou os opinion makers cá do sítio a discorrerem longamente sobre os privilégios dos políticos e outros palhaços.
 Não quero acreditar que o facto de a senhora ser comunista tenha alguma coisa a ver com essa ausência de reacção. Até porque, também entre a malta da direita, o assunto é tratado com pinças. Ontem um daqueles indivíduos sempre prontos a reclamar a diminuição das pensões, dos ordenados dos funcionários públicos e a diminuição dessa praga conhecida por direitos adquiridos, referindo-se à aposentação da autarca, usou por diversas vezes o termo populismo para caracterizar eventuais condenações da conduta da criatura. É, acrescentou, um direito adquirido que ela tem e que não pode ser posto em causa. Ao contrário do que acontece com os comuns dos mortais, acrescento eu.
Desde há um tempo a esta parte nunca mais se falou de reformas douradas. Nem daquelas verdadeiramente obscenas. Não será por isso de estranhar que esta também passe pelos pingos da chuva sem, sequer, se salpicar. Os indignados do costume nada dizem porque ela é uma ovelha do seu rebanho e outros também não porque estão no mesmo barco. Daí que – e face ao que tenho escrito sinto-me particularmente à vontade para o afirmar – Parvus Coelho e os seus sequazes tenham toda a razão ao pretender cortar as reformas mais elevadas. Pecam, isso sim, por cortar pouco. Lamento a minha falta de sensibilidade social mas não consigo ser solidário com gente desta ou como o ex-presidente do BCP. Por mais que possa admitir que os cento e vinte e três mil euros de um mês de reforma, no caso deste último figurão, que vai perder – se o tribunal constitucional deixar - lhe dêem muito jeito. As sucessivas manifestações de solidariedade expressas por comunistas, lutadores das causas sociais, gente do apenas porque não e outros revolucionários do facebook, já lhes devem chegar. 

2 comentários:

  1. Um direito que não pode ser posto em causa? Só podem estar a gozar com a malta.

    Conheço um caso, através do meu pai, de alguém que se reformou aos 42 anos (função pública). Desde então, e porque precisava de ocupar o seu tempo, e diz o meu pai, desconhecendo-se os motivos da reforma aos 42 anos, o senhor em questão, precisava de ocupar o seu tempo, que era muito e sendo ainda bastante jovem, resolveu ter mais uma mulher. Portanto tem uma amante há 20 anos. E quem é que paga... ora nem mais.

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  2. Estava consignado na lei de 2012 e ela reformou-se ao abrigo da mesma...e olha lá...começa pelo PR e verás quantas reformas foram dadas com idade de tempo de trabalho bem inferior.

    Todos os políticos quando terminam os mandatos por vezes apenas de 4/8 anos ficam com o quê? Os milhares de funcionários públicos que já saíram ficam com o quê?

    Agora a maioria do povo que trabalhou 40 anos e foi muito além dos 65 anos ficam ou estão com o quê?

    Olha lá o que agora está hospitalizado tem tido o quê?

    Enfim rapaz é o país sem cortes onde deveriam ser feitos...tudo pela bendita política e salvaguarda das eleições que se aproximam.

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