segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Mostrem estas contas à troika...

Ciclicamente aparecem uns senhores, munidos de um argumentário que rende junto da opinião pública, a reclamar contra o escandaloso privilégio que constitui o sub-sistema de saúde da função pública – a ADSE – e o quanto isso sai caro aos contribuintes. Têm, quase sempre, grande destaque na comunicação social e a sua mensagem passa facilmente para a população em geral que, pouco esclarecida acerca destes assuntos, come a palha toda que esses indivíduos bem falantes lhes põe na gamela.
Já os estudos e as análises onde é evidenciado que o custo por doente tratado através da ADSE é mais baixo do que no SNS não merece por parte das televisões grande relevância. Se calhar porque não vende, não suscita junto da audiência o mesmo sentimento de indignação ou, sabe-se lá, a sua divulgação não agradará a certos interesses instalados. Tanto no poder e na oposição. Sim, porque convém não esquecer que ainda no principio do ano Álvaro Beleza, coordenador do partido socialista para a saúde, defendeu a extinção daquele organismo.
O que não se percebe muito bem é que não se discuta o alargamento do conceito em que funciona a ADSE aos restantes cidadãos. Pelo menos aos que assim o desejassem. Para a esquerda seria colocar em causa uns quantos dogmas que lhe são caros e que a nós não saem baratos. Para a direita, provavelmente, será a defesa dos interesses de alguns lobbies que não permite a discussão do assunto. Já o comum do cidadão, atendendo à inveja que evidencia perante os privilegiados da ADSE, com certeza que não se importaria mesmo nada de passar a descontar 2,5% do salário para aceder ao sistema...

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