segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Quando dar a cara não significa ter coragem

A morte de António Borges suscitou, entre os amigos, correlegionários, compangnons de route e políticos em geral, as reacções habituais nestas circunstâncias. O elogio do carácter, competência, a inteligência e a frontalidade com que se exprimia, são realçados unanimemente.
Nunca gostei das ideias que o falecido não se cansava de considerar como imprescindíveis para solucionar os problemas do país. O que, obviamente, não exclui o reconhecimento pelas qualidades que eventualmente o senhor possa ter tido em vida. Até porque outros, de certeza tão inteligentes, competentes e de igual verticalidade de carácter têm, sobre os mesmos assuntos, ideias completamente diferentes.
O que acho de todo deplorável são os comentários abjectos, nojentos e reveladores do baixo nível intelectual de muitos utilizadores das redes sociais. Nomeadamente nas caixas de comentários de blogues e nessa parede de casa de banho pública dos tempos modernos que dá pelo nome de facebook.
Não apreciar as ideias do economista e manifestar o desacordo em relação a elas é legitimo, mas escrever o que muita gente com idade para ter juízo anda por aí a publicar acerca da morte do homem é para lá de lamentável. Alguns são os mesmos que não se coíbem de criticar “os que não têm coragem de dar a cara e se escondem cobardemente atrás do anonimato”. Por mim hesito na escolha. Não sei se é pior um anónimo cobarde se um cobarde sem vergonha de mostrar as suas ventas de javardo.  

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