domingo, 12 de janeiro de 2014

Sim, são apenas três cêntimos a menos no IRS. E daí?

A relutância dos comerciantes em emitir factura começa a aborrecer-me. Assim que me ouvem dizer “a factura é com número de contribuinte, se faz favor” parece que ficam atormentados como se qualquer coisa desagradável lhes estivesse prestes a acontecer. Isto sucede, quase exclusivamente, naqueles estabelecimentos onde são os patrões a mexer na caixa. Ou noutro recipiente onde guardam o dinheiro que não passa pela dita. Já nos locais onde são os empregados – colaboradores, vá – a operar a caixa não tenho razões de queixa.
Mas não são os únicos. Até mesmo – pasme-se - os restantes clientes me olham como se fosse um extraterrestre que por ali apareceu. Como se estivesse a pedir algo a que não tivesse direito ou que não constituísse um dever da parte de quem me recebe o dinheiro. Os mesmos que, presumo, depois de terem terminado de dizer mal de mim e das minhas exigências extravagantes, voltarão a lamentar-se de como o país está mal, do dinheiro que falta para tudo e desses malandros dos políticos que não tomam medidas para pôr toda a gente a pagar impostos.
Tenho, por estes dias e a este respeito, ouvido uns quantos comentários sarcásticos - jocosos, até -  a que me esforço por não ripostar. Não sei é por quanto tempo vou manter este surpreendente – mesmo para mim – nível de fair-play. É que embora lavar a cabeça a burros – já dizia a minha avó, essa sábia senhora – seja um “gastadouro” de sabão, receio que, um dia destes, o caldo se entorne. Está a encher assim uma espécie de balão que ainda é capaz de rebentar perto de uma registadora.

2 comentários:

  1. Tem calma rapaz e continua a pedir e não te chateies, estás no teu direito e maisnada:)



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