segunda-feira, 14 de julho de 2014

A sério que ainda não aprenderam?!

Acho deveras curioso que, quando se fala de edifícios degradados ou em risco disso, surja sempre alguém a sugerir, quase à laia de obrigação, que o dito prédio seja comprado pelo Município. O país, autarquias incluídas, não tem dinheiro para mandar cantar um cego. Os portugueses não se cansam de reclamar – e com toda a razão – do enorme saque fiscal a que estão sujeitos. O Estado – logo, também, as autarquias – são financiadas com o produto do enorme rombo que as finanças provocam nas nossas algibeiras. Mas, ainda assim, há quem insista na tese que cabe aos municípios comprar tudo o que está a cair. Pois que caia. Ou, como sabiamente diz o povo, que se vão os anéis e fiquem os dedos. No caso, que caiam essas “relíquias” mas fiquem as pessoas.
Há, ainda, quem acene com fundos comunitários para que, mesmo sem dinheiro, as câmaras desatem a comprar e restaurar tudo o que é ruína urbana. Não sei se sabem, mas o financiamento europeu ao desbarato já foi chão que deu uvas. E, mesmo que seja obtido, resta sempre a componente nacional. Para a qual não há graveto. Nem quem o empreste. Em boa hora a banca nacional foi impedida de financiar as autarquias...

5 comentários:

  1. Falta legislação que obrigue os proprietários a manter os edifícios em condições em vez de empurrar para o Estado ou as autarquias

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    1. Falta dinheiro para mandar reparar os edifícios. E uma vez reparados como é que se rentabiliza o investimento? Alugar ou vender a quem? Em muitas circunstâncias ser proprietário é um verdadeiro pesadelo.

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  2. é triste ver "ruínas", mas para mim ainda é mais triste ver pessoas com fome etc e tal.
    Ser proprietário não é fácil, mas há muitos que, e aqui aplico o caso do prédio onde habito, pela fúria de aumentarem a renda que foi aumentada 200%, veio lavar a cara ao prédio, pintadinho...mas pintura sobre o que está a cair em termos de azulejos...é caso para dizer...uma dia levas com um, ai levas, levas:)
    Não sou contra o aumento, sou sim a forma como foi feita a lei que não beneficia nem uns, nem outros. Já sairam dois vizinhos, não conseguem alugar pois claro...e quem tudo quer...tudo perde. ..

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    1. A realidade dos grandes centros é completamente diferente do país...Alguém que tenha o azar de, por contingências diversas, ser dono de meia-dúzia de casas está completamente desgraçado. Paga um ror de dinheiro de IMI, gasta uma fortuna a mantê-las e se as quiser vender só se for por "tuta e meia". E, mesmo assim, só com muita, mas muita, sorte.

      Quando digo dono de meia dúzia de casas não estou a pensar em nenhum capitalista. A lei natural da vida encarrega-se de fazer isso a qualquer pobretana...

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    2. deixa lá meu amigo que por aqui já são quase 100 apartamentos vazios e os que já foram vendidos foi mesmo por "tuta e meia" e quem os comprou terá de os reabilitar. Pergunto a mim própria será a melhor via, comprar, arranjar um apartamento, morar ou arrendar num prédio a cair de podre como existem tantos?

      Também sei que há uns anos (não sei quantificar) as ou a Câmara deu, volto a dizer DEU, dinheiros comunitários aos senhorios para reabilitarem os prédios. Pois claro, foi uma corrida ao pote e com conhecimento,digo-te que fizeram remendos e investiram (como não sei e não consigo entender) o restante nas suas casas luxuosas, pois claro. Onde ficou a fiscalização? A meu ver a dormir a sesta!

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