quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Andam nas nuvens...

Essa coisa da chamada lei da “cópia privada” parece-me, assim de repente, um bocadinho parva. Mais ainda porque constato que o pessoal da cultura está ansioso pela sua aprovação. O que não augura nada de bom dado que essa malta costuma viver num mundo à parte onde os unicórnios proliferam, os elefantes são cor-de-rosa, os cheiros estranhos predominam e o dinheiro jorra de rotativas que trabalham sem parar.
Embora admita que o caso pode não ser tão grave como alguns pintam, não me agrada pagar mais uma taxa. Mesmo que pequena – quase insignificante, até – como garantem os defensores de mais este esbulho. Obviamente os direitos dos autores devem ser defendidos. Claro que piratear seja o que for não é um comportamento aceitável. Mas taxar tudo o que possa servir para armazenar dados em nome da cópia privada vai para lá da idiotice.
Como quase sempre acontece quando se aperta com o contribuinte, pode muito bem acontecer que à grande receita esperada se siga uma enorme decepção. Até porque a oferta de espaços de armazenamento virtual é já bastante significativa e a hipótese de os consumidores optarem ainda mais por esta solução, em detrimento dos discos físicos, não é de descurar. E nesse caso sempre quero ver que imposto inventam a seguir...

6 comentários:

  1. Já hoje li uma série de opiniões acerca do tema.
    Todas coincidentes com a sua

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    1. Esta lei parece-me que outro objectivo não tem do que compensar os artistas pela perda de rendimento. À nossa custa, como sempre.

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  2. Não tenho, por enquanto, elementos suficientes que me permitam uma opinião adequada. Ainda assim, e ouvindo o que se disse num espaço que a RDP 1 ontem levou a efeito, não pude deixar de perceber que o pessoal da SPA e da ARCOP (acho que é assim) está todo ao lado da referida lei. Pudera, defendem o intelectualismo da coisa.
    Por outro lado, ouvintes em geral, afirmaram-se contra. É natural, vai sair-lhes do bolso.
    Guardo para mais tarde, um parecer com maior rigor.

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    1. De ora em diante, com esta lei, posso piratear o que quiser. Afinal já paguei para isso...

      Por outro lado veja-se o caso do cinema português. Praticamente é todo subsidiado pelo Estado, Imagine-se o caso de um realizador que apenas realizou um filme, pago pelos contribuintes, e que ainda vai receber a sua parte de cada vez que compramos um telemóvel.

      Penso que isto é para calar a boca à malta da cultura antes que comece a desancar no Parvus Coelho.

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  3. Inventam impostos para salvaguardar direitos de autor, etc, e tal...mas da forma que querem, sinceramente não consigo perceber se a coisa será assim mesmo, ou se mais uma vez pagará o justo pelo pecador, como não percebo a obrigatoriedade de pagar a taxa audiovisual e as montanhas de taxas que, sem explicarem, "afinfam" nas facturas da água e da luz por alma de quem?

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    1. Tudo constitui uma boa desculpa para nos extorquir dinheiro!

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