terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Por mim, com os fundos comunitários, construia um centro de acolhimento a visitantes de outros planetas. Nem sei como é que nenhum autarca ainda se lembrou disso...

Somos um povo de viciados em obras públicas. Por nós o país seria um estaleiro gigantesco, as nossas terras estariam permanentemente viradas do avesso e a maior parte de nós julga a competência dos autarcas pelo betão que espalharam no seu concelho. Mesmo que, como acontece na maioria das situações, a dita obra não sirva para outra coisa senão acrescentar encargos ao erário público e - dizem – rechear algumas contas bancárias. Ou malas de viagem.
A euforia eleva-se a patamares ainda mais elevados se em causa estiverem fundos comunitários. Não interessa para quê, o importante é sacar. Nem mesmo importa que o concelho esteja financeiramente nas lonas, sem dinheiro para fazer face, sequer, às despesas próprias do seu funcionamento. Há dinheiro, logo vamos gastar. Não temos? Não faz mal, a esmola que nos deram para sobreviver vamos, afinal, usá-la para coisas iguais aquelas que nos levaram à miséria. Nem que seja fazer buracos e voltar a tapá-los.
Deve ser mais ou menos isso que pensa o maluco que fez o comentário que acima reproduzo num blogue de uma terra onde autarcas desvairados fizeram dividas que todos nós, portugueses, seremos chamados a pagar. A criatura até sugere à actual sra presidenta lá do sitio – ao que consta de boas contas e à rasca com a calamidade deixada pelo antecessores – que use o dinheiro do FAM (uma espécie de FMI para os municípios) para as obras, sejam elas quais forem, que exige que a sua Câmara candidate a fundos comunitários. Mais ou menos a mesma coisa que o governo agarrar no dinheiro da troika e avançar com o TVG, o aeroporto da capital, a terceira autoestrada Lisboa-Porto, mais uma ponte sobre o Tejo e outras obras igualmente necessárias... 

2 comentários:

  1. Mais uma vez concordo inteiramente contigo e também por aqui foram acordados e ou financiados (ao abrigo de outros organismos) uns projectos que no papel podem ser imensamente gratificantes e bons mas que "com o que já estamos habituados" podem não passar de mais desvios ou desvarios de muitos autarcas.

    Temos actualmente fechadas as piscinas municipais que via vários clubes era frequentada por tantos miúdos da escola e até fora do horário escolar para ocupação dos tempos livros e descanso dos pais, também frequenta por imensos adultos que pagavam as suas quotas...e fecharam para obras. Que obras? Para isto já não há dinheiro? Porque é que o actual presidente não insistiu na aplicação de um desses fundos para tal?

    Tretas amigo...não acredito em nada e em nenhum autarca seja ele quem fôr, porque é tudo a gamar e o exemplo está na proposta desse "ex" que mostras.

    Beijocas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gastar, gastar, gastar...é disso que o povo gosta. E agora que a troika se foi já anda tudo a pensar que é rico outra vez!

      Eliminar