sábado, 28 de fevereiro de 2015

Austeridade e falta de memória

Convém recordar aos mais esquecidos que a austeridade não começou com o Parvus Coelho. Talvez tenha é atingido a esmagadora maioria dos actuais indignados durante o seu governo. Foi no governo do Partido Socialista – de que António Costa era o número dois – que foram tomadas algumas medidas profundamente injustas. Lembro, só a titulo de exemplo, o corte no abono de família a quem ganhava o fantástico ordenado de setecentos euros. Medida que não suscitou nenhum pedido de inconstitucionalidade, ao contrário que sucedeu quando os atingidos pelos cortes foram aqueles que detinham rendimentos bem superiores. Mas percebe-se. Isto há que atender aos que conseguem fazer mais barulho.
Por mim sou e sempre foi contra este tipo de politica. Está escrito nas páginas deste blogue. E também de outros. Onde, por causa desta posição aqueles que agora se indignam com as medidas austeritárias e que antes as defendiam com a mesma arrogância com que agora as criticam, já me chamaram de tudo. Menos pai, acho eu.  

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Colinho e palmadas no rabiosque

Na comunicação social escrita, falada e televisionada reina um estranho consenso em redor de dois assuntos. O governo e o Benfica. Relativamente ao primeiro não há comentador – ou são raríssimos – que não desanque em todos os ministros e em cada medida que o governo toma ou deixa de tomar. Isto enquanto, na falta de opositores de jeito cá dentro, vai endeusando o Syriza, o Tsirpas e o Varoufakis. Gente de reconhecida competência, prestes a passar a certidão de óbito ao país que lhes confiou o poder. Mas isso é lá com eles. São gregos, entendam-se.
Também o Benfica, para os jornaleiros e comentadeiros de serviço, constituiu uma espécie de saco de pancada. Principalmente desde que perceberam que o lagartedo, como é hábito, não vai a lado nenhum e o clube do putedo, apesar dos charters de espanhóis e dos contentores de euros despejados no estádio do Ladrão, está a ter dificuldades inesperadas para ganhar alguma coisa.
Quanto ao Benfica tenho a certeza que a canzoada a quem é dado tempo de antena na comunicação social não convence ninguém. Já quanto ao governo não sei. Mas ou muito me engano ou ainda é capaz de provocar efeitos contrários ao pretendido. É que isto às vezes tanto se bate no ceguinho que a malta fica com pena...





quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Pois que não posso crer!

Diz que a Câmara Municipal de Alandroal terá recebido a visita de uma equipa da Policia Judiciária. A diligência dever-se-á, segundo as palavras da presidenta da autarquia publicadas em diversos órgãos de informação da região, a investigações que visarão esclarecer matérias que terão a ver “essencialmente com a realização de obras por parte da câmara, com funcionários, com recursos humanos da câmara e com recursos materiais, máquinas e viaturas da câmara ao serviço de particulares, neste caso na realização de obras que segundo está denunciado, seriam obras realizadas em propriedades privadas e é isso que se está a tentar apurar”.
Lamentável perda de tempo e esbanjamento de recursos públicos é o que me apraz escrever sobre o assunto. Refiro-me, como é óbvio, à investigação. Toda a gente sabe que este tipo de procedimentos não é praticado pelos autarcas. Nunca acontece. Ou quase nunca. Bom, vá, pode acontecer de forma muito ocasional numa ou noutra câmara lá do norte… Mas nunca, como sabemos, por estas planícies.



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Foi bonita a festa, pá...

Podia ser cínico e escrever que tenho alguma curiosidade acerca do argumentário que vão utilizar, de ora em diante, os socialistas, bloquistas, António Costa e a restante multidão de admiradores do Syriza. Mas não. Não tenho mesmo curiosidade nenhuma. De certeza que não serão capazes de me surpreender. Nem, o mais provável, de tirar as devidas ilações da situação grega. Que por mais que se esforcem por dourar a pílula é, assim mal comparado, uma espécie de vacina para as promessas que alguns vendedores de amanhãs radiosos têm andado por aí a distribuir.
De repente muita gente acreditou que mesmo sem dinheiro continuaria a haver palhaços. Quando muito haverá ilusionistas. E muitos a deixarem-se iludir.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Se bem me lembro a culpa era do lucro dos bancos...

Sou do tempo em que os lucros escandalosos dos bancos eram asperamente criticados. Causa apontada pela generalidade da populaça que se gosta de pronunciar sobre estas coisas da economia, da finança e do estado do país em geral, como um dos grandes males que então nos afectavam.
Estranho que meia dúzia de anos depois, várias falências pelo meio e um sistema bancário periclitante – quase à beira do colapso, segundo alguns – estejamos ainda pior do que na altura dos alegados lucros. Curioso, curioso é que ainda não dei por ninguém se retratar. Ou, pelo menos, admitir que estava ligeiramente enganado. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Socialistas syrizados


Há, já dizia o outro fulano, muita falta de memória na politica e nos políticos. Mas não só. Nos portugueses, em geral, também. De repente parece que todos esquecemos o que aconteceu antes de 2011. Olhamos para o presente como se não existisse passado e o mundo tivesse começado nessa altura. Daí que não reconheçamos nos criminosos – em termos políticos, bem entendido - que nos trouxeram até este triste estado, nenhuma responsabilidade. Pelo contrário. Somos idiotas, mas tão idiotas, que nos preparamos para os eleger. Logo a eles, um bando de hipócritas que em lugar de se solidarizarem com o partido irmão que levou uma valente coça eleitoral na Grécia, não se coíbem de manifestar o seu contentamento pela derrota dos seus congéneres socialistas. Estou mesmo a ver que caso – se os portugueses perdessem o pingo de vergonha que, presumo, ainda lhes resta – o Bloco de Esquerda ganhasse as eleições, o povo socialista saía para a rua a festejar...

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A taxinha dos sacos de plástico (V)


Afinal não se aplica em todo o lado. Hoje, no mercado cá do sitio, os sacos de plástico continuavam a ser de borla. Porreiro, pá. 

Exportar está dificil...


Está a revelar-se uma tarefa muito difícil exportar o Kruzes Kanhoto do blogspot para o Sapo. Deve ser mau jeito. Coisa que, obviamente, importa. Ao contrário do tamanho, ao que dizem. No caso a coisa coloca-se ao contrário. É que a quantidade de matéria a importar é tão grande que ao Sapo apenas chegam os links dos posts...Do resto, népia. E isso importa. Ainda que apenas a mim.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Afinal essa coisa do amor à pátria é só para exibir à janela...

Um daqueles estudos de utilidade e resultados duvidosos acerca de coisas parvas diz-nos que os portugueses, na sua esmagadora maioria, não estariam interessados em pegar em armas e defender o país em caso de conflito armado. Parece que, ainda segundo o mesmo estudo, apenas vinte e oito por cento estariam dispostos a dar o coiro ao manifesto pela pátria.
Mesmo conhecendo a nacional admiração pelo pacifismo tenho muita dificuldade em acreditar nestes resultados. Os portugueses amam o seu país como poucos. Veja-se a parafrenália de bandeiras, bandeirinhas e bandeirolas que penduraram nas janelas e nos lugares mais improváveis como forma de expressar o seu patriotismo por altura do euro 2004. Quem assim age seguramente também depressa pega numa arma para expulsar um qualquer invasor que se atreva a tentar conquistar esta terra. Digo eu, que sempre achei isso das bandeiras uma manifestação hipócrito-parola do mais básico mau gosto.
Nesta alegada pouca vontade de defender o seu país os portugueses não estão sozinhos. Quase todos os europeus pensam da mesma maneira. Ao contrário do que acontece com as populações do norte de África ou do médio oriente. O que explica muita coisa. E nenhuma boa, convenhamos.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

E a sátira, pá?



Carnaval sem sátira nem gajas nuas pode, até, ser uma coisa muito bonita. Bem feita, bem organizada e tudo o mais que queiram. Para mim é como um jogo de futebol em que não entre o Benfica. Pode ser muito bem jogado mas não tem interesse nenhum. 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A taxinha dos sacos de plástico (IV)

Não há quem, de tão embevecidos que andam com a taxinha, se preocupe com os gajos - e as gajas, que eu não sou de discriminar ninguém - que trabalham nas fábricas que fazem sacos plásticos e que em breve irão engrossar as estatísticas do desemprego.  Esses não contam. São, digamos, assim uma espécie de danos colaterais. Aqueles que temos de sacrificar em nome de um futuro glorioso e mais verde.
Glorioso e verde são coisas que não combinam. Misturá-las na mesma frase só pode ser do adiantado da hora. 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

A taxinha dos sacos de plástico (III)

De todos os argumentos em defesa deste imposto aquele que mais gosto é que “no estrangeiro os sacos do lixo também se pagam”. Não sei de que “estrangeiro” estarão a falar. Nem isso me interessa. Até porque no estrangeiro fazem-se as coisas mais estranhas e não é por isso que nós, quero acreditar, as vamos importar para o nosso dia-a-dia. Como, por exemplo, prender os Madoff's desta vida...

A taxinha dos sacos de plástico (II)


Dez cêntimos cada saquinho. Barato. Vinte escudos, mais coisa menos coisa. O que m'atormenta nem é o preço. Até porque não tenciono comprar nenhum. Mas, esclareço desde já, que não é para não pagar impostos ou por ser forreta. Nada disso. Trata-se apenas de uma questão de solidariedade. Não quero arranjar chatices ao Lelo das t-shirt's nem ao ti Manel das alfaces. Como é que eles depois se arranjavam para cumprir as obrigações fiscais decorrentes da utilização dos sacos de plástico no seu negócio?! 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

A taxinha dos sacos de plástico

Uma estranha unanimidade percorre a sociedade portuguesa relativamente à implementação da taxinha sobre os sacos de plástico. Nem, estou em crer, o Parvus Coelho esperaria tanto consenso. Deve ser dessa coisa politicamente correcta de salvar o planeta e os peixes que se engasgam com os ditos sacos que, dizem, poluem os oceanos. E, presumo, também atrapalham a circulação dos submarinos.
Embora não pelas mesmas razões que tenho lido e ouvido, mas sim, admito que é uma boa medida. Logo por ser uma taxa – imposto, é capaz de ser mais apropriado – que só paga quem quiser. Depois porque constitui, ainda que poucos tenham referido este aspecto, mais uma arma de combate à evasão fiscal.
Desconfio é que em relação ao ambiente, pelo menos àquele que nos está mais próximo, os contras sejam maiores que os prós. Não estou a ver a maioria das pessoas a comprar sacos para o lixo. Ou muito me engano ou vai começar a ser tudo deitado ao molho nos contentores. Com as consequências para a saúde pública que não são difíceis de antecipar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Vejo-me grego para entender esta gente...

De repente todos são muito solidários com os gregos. Ai de governante ou de qualquer um que ouse exprimir opinião contrária. Nomeadamente atrevendo-se a sugerir que aquela malta já teve perdões de divida suficientes, paga juros a taxas comparáveis às nossas e que era capaz de não ser má ideia alterar aquilo de apenas um grego em cada quatro ser pagante de impostos.
Não é que me importe com isso da solidariedade. Cada um solidariza-se com o que muito bem entende. Há, no entanto, uma coisa que me inquieta. Vi hoje - a propósito da noticia que o governo admite o regresso às trinta e cinco horas de trabalho para os trabalhadores das autarquias - que a generalidade dos tugas não são nada solidários com os referidos trabalhadores e criticam veementemente essa hipótese. Não poupam nos insultos nem nos impropérios que lhes dirigem. Assim sendo, a pergunta impõe-se. Será que nesta solidariedade com a Grécia estão incluídos os funcionários públicos gregos? Vejam lá, não se me desgracem, olhem que eles têm privilégios - como vocês gostam de dizer – que por cá nem a CGTP se atreve a reivindicar. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Aquela coisa da mulher de César é capaz de fazer algum sentido...

A capacidade gastadora dos autarcas nacionais é sobejamente reconhecida. Não faltam livros, artigos em jornais e trabalhos televisivos a enaltecer as suas manifestas qualidades nesta matéria. Já no que diz respeito à generosidade que evidenciam no perdão das dividas dos seus eleitores, o reconhecimento tarda em surgir. Um injustiça a que, quanto antes, urge pôr fim.
Segundo os dados da DGAL, públicos e disponíveis na Internet para quem os quiser consultar,  a divida de clientes no conjunto das trezentas e oito autarquias ascendia a mil cento e trinta e cinco milhões de euros. Coisa que, obviamente, pouco incomodará os autarcas. Importunar os eleitores com cobranças coercivas é demasiado aborrecido e, já se sabe, eleitor chateado é gajo para votar na oposição.
Presumo que o montante da divida atrás mencionado será, maioritariamente, constituído por facturas de água por pagar. Como se sabe este é um problema recorrente em muitos municípios. Nomeadamente lá para o norte. A infinita bondade de quem vai perdoando os caloteiros apenas serve para promover a injustiça e desigualdade entre os cidadãos e empresas que pagam e os que não pagam. Ou será que alguém acha razoável que uma empresa não pague a factura da água mas deduza o IVA da mesma? Ou que um individuo que não paga as facturas as veja  contribuir para as suas deduções no IRS? A mim parece-me que não.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

E o cuzinho lavado com água das malvas, talvez...

Ainda relativamente ao post de ontem – uma espécie de continuação, portanto – acho muito bem que a IGAI trate de investigar a actuação dos agentes da PSP que, alegadamente, não terão recebido da melhor forma os cidadãos – jovens, ainda para mais – que ordeira e pacatamente invadiram uma esquadra da policia. Nem, ao que parece, tiveram a atenção de lhes oferecer um café, um chá, uns biscoitos ou, sequer, uma água. Não se faz. É, há que dizê-lo com toda a frontalidade, uma maneira rude e intolerável de receber quem invade um posto policial. Demonstra claramente que a nossa policia ainda tem muito que aprender no âmbito das invasões e que os seus profissionais necessitam de muita formação no campo da etiqueta. Se fosse eu pedia o livro de reclamações...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Finórios e outros patifes.

Uma vergonha. Das autênticas. É o que de mais simpático me ocorre para qualificar a actuação da policia que impediu um grupo de jovens – quando se trata de alegados delinquentes, são sempre jovens – de visitar um amigo detido na esquadra. Não se faz. Trata-se de uma desumanidade inqualificável. Para o detido e para os amigos. Separados, pelos menos, há meia-hora. Uma eternidade, reconheça-se.
A situação ainda é mais criticável quando a mesma regra não é aplicável a outros detidos e outros visitantes. Certo que entrar posto policial dentro a mandar vir com os agentes não será uma conduta especialmente bem educada. É coisa, digo eu, para aborrecer a autoridade e despoletar alguma reacção mais musculada, chamemos-lhe assim. Já visitar o presumível meliante e à saída ofender tudo e todos parece uma atitude muito mais elegante. Merecedora de aplausos, até. Coisas de gente fina. Ou finória, digamos. 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Descubra as diferenças




A politica é feita essencialmente de frases feitas e desprovidas de qualquer conteúdo que servem apenas para iludir uns quantos parolos. É assim em todos os partidos. Estes chavões, por exemplo, querem dizer exactamente o quê? E, já agora, porquê patriótica e não nacionalista? Ou o contrário. É que ambas as palavras significam o mesmo... Ou será por o nacionalismo ser vulgarmente conotado com a direita, ainda que sendo a mesma coisa que o patriotismo? Só coisas que me atormentam... 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Os críticos da austeridade de hoje são os seus apoiantes de ontem...

Ando desde tempos imemoriais a manifestar o meu desagrado com a austeridade. Ainda muitos dos que hoje a criticam eram seus indefectíveis adeptos.  Por essa altura, governava o agora preso 44 do Estabelecimento Prisional de Évora, não faltava quem defendesse as medidas austeras que os sucessivos PEC´s iam impondo. Eram, também, em grande número os que rebatiam os meus argumentos, que garantiam ser esse o único caminho a seguir e que -  os mais simpáticos - me achavam completamente burro por não perceber uma coisa tão evidente. Tratava-se, para os mais esquecidos, de aumentar impostos, reduzir vencimentos, encerrar serviços públicos e retirar, entre outras coisas, o abono de família a quem ganhava setecentos euros. Tudo uma barbaridade agora mas, na época,  um conjunto de intenções virtuosas.
Simultaneamente fui sempre manifestando a disponibilidade de dar a mão à palmatória se, por acaso, essas opções acabassem por resultar.  Lamentavelmente parece que nunca o chegarei a fazer. Continua por provar o seu bom resultado como, presumo, concordarão os que então me criticavam.
O que sempre defendi é algo muito diferente. Chama-se rigor. Trata-se, apenas, de usar da parcimónia na gestão do dinheiro dos contribuintes. Conceito que nada tem a ver com austeridade mas que é todos os dias ostensivamente ignorado por centenas ou milhares de decisores  políticos. A imagem que acompanha o post é só um pequeníssimo exemplo disso. Uma atrocidade financeira  entre as muitas  que nos vão empobrecendo. Mas é disto que o povo gosta...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Prefiro ser solidário com as vitimas. É daquelas coisas inexplicáveis que não lembram a ninguém.

Tenho pouca paciência para essa coisa do politicamente correcto. Daí que aceite com dificuldade a lengalenga do costume quando se fala – ou escreve, o que dá no mesmo – acerca dos marginais. Não há cá justificações. São delinquentes porque querem. Optaram por isso. Assumam, depois, as consequências. Sejam elas quais forem. Nomeadamente o alegado estigma que dizem carregar.
São feios, porcos e maus. Umas bestas, mesmo. E o pior é que são cada vez mais. Multiplicam-se que nem ratos de esgoto – no fundo não são muito diferentes – fazendo disso modo de vida o que a breve prazo irá provocar, nomeadamente em localidades de reduzida e envelhecida população, conflitos cuja dimensão não é difícil prever. Mas, claro, ninguém faz nada. O que está na ordem do dia são os apoios sociais. Isso é que é bonito e fica bem. Depois, quando num dia não muito distante vos forem para as trombas, admirem-se.
Com os “solidariozinhos” - não sei se a palavra existe mas pareceu-me razoavelmente ofensiva – estou apenas de acordo num ponto. Não são, de facto, todos maus. Conheço uns quantos bastante bons. Estão no cemitério.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A coligação PSD/CDS vai ganhar as eleições. Só pode.

Acho piada à aversão que a generalidade da populaça tem aos funcionários públicos. A sério. Diverte-me ler os comentários que uns quantos javardotes se dão ao trabalho de escrever sempre que no centro da noticia está alguma coisa relacionada com a função pública. Inveja, ódio, parvoíce e estupidez destilada em dose industrial por gente que, na maior parte das circunstâncias, não sabe nada acerca do que escreve. Nem de outras coisas, muitos deles.
A julgar pelo entusiasmo com que são acolhidas as medidas governativas relativamente aos trabalhadores do Estado, é licito acreditar que o Parvus Coelho só vai perder as próximas eleições por não ter castigado ainda mais severamente os funcionários públicos. Não deixa de ser curioso que qualquer declaração da criatura, por mais inócua que se revele, suscita um coro de indignação. Mesmo decisões governamentais sem importância de maior – coisas corriqueiras, por vezes – são capazes de despertar no mais pacato dos cidadãos uma ira contra o governo, a Merkel, o Cavaco ou a troika, passível de rebentar com o mais potente dos irritómetros. Já se a coisa for no sentido de prejudicar a função pública, então, o aplauso é garantido.
Deve ser, digo eu que não sou de intrigas, por não terem conseguido um lugarzinho para si ou para os seus na administração pública. Se calhar foi por não se terem esforçado o suficiente. A estudar, como era nos tempos de antanho, ou, nos mais recentes, a lamber os tomates ao gajo certo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A cultura não passa aqui...


Por estas “Portas” passam todos os dias muitas centenas – milhares, quiçá – de automóveis e um ou outro transeunte daqueles que, para curtos trajectos, entende que não vale a pena usar o carro. Estão, como as imagens mostram, num estado lastimoso. A degradação é tal que, desconfio, a segurança de quem ali passa poderá estar em risco. Ainda assim o proprietário – o Estado português, conforme indica a placa no local - não faz as obras necessárias para repor a segurança e a dignidade do monumento. Não faz nem deixa fazer. Ou, mas isso sou eu a especular, ainda não apareceu a empresa com as qualificações apropriadas para efectuar a recuperação da edificação. Ou com o dono certo. Sim, pois falta de dinheiro não é de certeza. O financiamento de um ou dois filmes daqueles que ninguém vê deve ser mais do que suficiente. 
Entretanto, talvez assustado pelo cenário, um automobilista resolveu dar uma ajuda. Pelo menos na parte da demolição. Que, a nada ser feito pelos gajos que mandam nessa coisa do património nacional, bem pode constituir a solução para o caso. É tudo uma questão de tempo.   

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Alguém que faça o funeral ao bicho!

Acredito que o dono deste canito esteja inquieto com a sua ausência. Não saberá, ainda, que ele faleceu. O cachorro, vitima de atropelamento ou acometido de uma qualquer doença súbita, jaz, frio e abandonado na caldeira de uma árvore, na avenida Rainha Santa.
Pode também dar-se o caso – hipótese meramente académica, como é óbvio, de tão idiota que é - de o animal ter sucumbido numa das duas circunstância acima enunciadas e o dono ter retirado a trela colocando, de seguida, os pés ao caminho para bem longe dali. Mas isso, reitero, é apenas uma suposição parva.